quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Os direitos humanos, a violência e a escola: o que podemos fazer?


Fico sempre preocupada com os reais Diretos Humanos.

Ao ler o artigo "Direitos Humanos, utopia brasileira" na Folha de SP de domingo (11/01 - Tendências/Debates), de Atila Roque, que é diretor-executivo da Anistia Internacional no Brasil, fico me perguntando tantas coisas...Uma delas é que a violência contra "os brancos" diminuiu 32% e contra os "negros" aumentou 32%... O que significa um preconceito muito grande quanto a cor e a classe social das pessoas... E também nos mostra, que o Brasil é SIM um país preconceituoso! Ainda assim, não podemos permitir que o preconceito  seja enfrentado apenas por aquele que sofre por ele. Mas também, não podemos culpar apenas as policias por esses homicídios, pois 75% dos policiais mortos no nosso país, foram mortos fora de serviço, ou seja, certamente a maioria deles fazendo "bicos", já que o salário de um policial não é suficiente para que ele possa sustentar a sua família.

No final do ano de 2014, O Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad,  divulgou a implementação do Programa de "Proteção Escolar" nas escolas municipais, a proposta visa "manter" a segurança dos profissionais da educação e dos alunos. Desta maneira, os policiais irão trabalhar nas escolas com altos índices de violência (a minha, inclusive), em horários de folga, ou seja, também farão bicos.
Mas vejamos, essa "ação emergencial" vai tão contra aos dados estatísticos de mortes de policiais no nosso país... Algo está muito errado!!! Precisamos formar nossos policiais, que também andam acuados e perdidos, pois não reconhecem mais o seu papel na sociedade.

E mais: Até que ponto "militarizar" as escolas é positivo? Será que não colocaremos a comunidade contra as escolas? Será que tal ação não aumentará o índice de jovens mortos nas periferias? Estas são questões que necessitam de reflexão aprofundada da sociedade e do poder público. 
Mas o que podemos fazer pelos jovens? Se nós, escola e sociedade, não nos reunirmos nos nossos bairros para procurar uma "solução" onde juntos poderemos proporcionar novas perspectivas de futuro, vamos perdê-los para o crime... E não é isso o que nós desejamos! Não podemos deixar que os jovens entrem nessas estatísticas nacionais de homicídios! Fora que muito deles, estão nas prisões sem nenhuma condição humana de se viver... Sabemos que a cadeia não é a solução, além de ser um lugar muito caro e amedrontador para tornar as pessoas piores! No nosso país, é desumano as condições em que os presos vivem. 

Mas, enquanto não temos políticas públicas que "resolvam" essas questões, nós mesmos vamos "tentando" minimizar essas situações e estatísticas. Mas como? com iniciativa! conversando com os colegas, divulgando e debatendo as  nossas ideias para possíveis  reflexões e "soluções". E no caso das escolas,  chamando as comunidades, pais e alunos para conversar sobre o tema, e tentarmos juntos minimizar as barreiras sociais nas periferias, de modo a provocar tais ações nos sindicatos, nas escolas, e procurar políticos que abracem essas causas, a fim de que possamos levar nossas angústias ao poder público.

É somente desta maneira, que a sociedade irá se alterar, é necessário urgente a mobilização social, não podemos apenas continuar sentados esperando que nossos governantes tomem atitudes, precisamos indicar a eles as nossas necessidades, e cobrar, conscientes e sempre! 

E Como disse Atila Roque ao final do seu artigo "Esses são pontos de uma agenda de mudanças pela qual vale a pena mobilizar recursos, energia e paixão."

Para ler o artigo de Átila Roque na Folha de SP de domingo, acesse: 

Para ler parte da reflexão que enviei à Folha e o jornal publicou no Painel do Leitor, clique no link abaixo: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/01/1574484-leitores-comentam-artigo-sobre-direitos-humanos.shtml

Para saber sobre o Programa de Proteção Escolar da Prefeitura de SP, acesse: